Eu tenho a terrível mania de criar blogs e, quando não me identifico mais com eles, deletá-los. Depois eu me arrependo do radicalismo, mas daí já é tarde demais. Não pretendo deletar este aqui porque não tenho planos de que muitas pessoas o leiam, por isso não vai rolar foto dos livros - quem quiser fotos com comentários mais sucintos, é só checar meu Instagram neste link - e nem vou ficar super divulgando os textos. Só preciso deste espaço para externalizar minhas ideias sobre os livros que leio e outras coisas mais, porque senti falta de escrever como-se-alguém-fosse-ler-mas-não-necessariamente, e quem sabe alguém não lê e sente vontade de comentar, trocar uma ideia e tals? Bom, tá aqui!
Durante muitos anos eu pensei em transformar minha experiência com os livros em algo maior, criar um canal no YouTube ou investir em um Instagram literário, mas meu desregramento com essas coisas só mostrou que não é algo que eu queira pra valer. Tenho meu doutorado, amo dar aulas, amo participar de projetos de leitura... Meu negócio é o cara a cara, mesmo sendo tímida; é ver nos olhos das pessoas com quem compartilho as leituras os sentimentos que passam por elas. Por isso vou continuar fazendo o que gosto no mundo real, e no virtual só escrevo por aqui mesmo, e provavelmente me arrependerei de muita coisa que será escrita - por isso, vou tentar o experimento de dialogar com os textos anteriores através de novos textos, em vez de apagá-los; vamos ver o que sai.
Meu nome é Gabriele Morais, tenho 28 anos, sou graduada em Letras, mestra e doutoranda em Estudos Literários. Tenho experiência como professora de inglês, tradutora, revisora e preparadora de textos, corretora de redação e estou me embrenhando no mundo dos projetos de leitura. Minha trajetória acadêmica: estudei a intertextualidade entre Sandman, de Neil Gaiman, e Sonho de uma noite de verão e A Tempestade, de William Shakespeare, no meu projeto de iniciação científica; no mestrado, estudei as relações de afeto e de medo entre o indivíduo e o espaço no romance Neverwhere (Lugar Nenhum), de Neil Gaiman; no doutorado, que se iniciou este ano, estudo as noções de liberdade e clausura em romances de autoria feminina dos séculos XVIII e XIX - inicialmente, meu foco é Northanger Abbey e Mansfield Park, de Jane Austen, mas pretendo trabalhar com outras obras e autoras.
O título do blog vem de um trecho de Northanger Abbey, no qual a narradora (que, eu diria, neste trecho é Jane Austen em pessoa) defende o gênero romance, que era tão menosprezado na época em que ela escrevia. Da mesma maneira, encarei durante anos o menosprezo dos assuntos que estudava dentro da academia: "Quadrinhos não é literatura" (como se isso fosse algo ruim); "Literatura fantástica não é tão importante", "Ai, mas Neil Gaiman é best-seller, não é literatura", etc. Quando li este trecho da Jane defendendo seu gênero literário, vi que é desta maneira que quero encarar os assuntos que defendo: com argumentos para quem os quiser ouvir/ler, com desprezo para quem os despreza por simples preconceito. Ah, e claro que escolhi o título por ser meu gênero favorito, o que não impede que eu fale de outros gêneros por aqui também. Farei em breve um texto sobre esse trecho e o porquê da escolha, não é de bom tom ser tão prolixa num texto de apresentação, mesmo quando nossa lua é em Gêmeos.
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